INVARIAVELMENTE
Invariavelmente estou só
Por toda a parte aonde vou,
A todo o momento,
A todo instante,
A todo custo,
Leio e ouço, - É proibido!
Sou xereta ao afrontar um blefe,
Ou desconsiderar um clichê,
Que possa assombrar minhas idéias.
Busco povoar meus pensamentos...,
Avesso a quase tudo que oprime,
Sou jornalista não atuante,
Não legisla sequer lobista,
Mas, faço minha própria autópsia,
Exonero meus fantasmas
Na necropsia íntima das madrugadas.
Bocejo diante à cólera dos infames,
E a insolúvel ganância ao poder.
Expressando nas palavras o enjôo
Por tanta falta de oportunidades,
Pela demência à decadência da moral,
Do sexo explícito banalizado como normal,
Dos atos despretensiosos nas corrupções,
Que geram sempre frustrações.
Hoje, levantei em meio ao caos,
Enxuguei o rosto cheio de traços
Flagrei no armário algumas traças
De um tempo decorrido que não volta mais.
Retirei do varal a velha calça desgastada,
A mesma camisa com bolso bordado,
De uma brancura fadada a ficar amarelada.
Fui à sacada como se estivesse assomado
Às angústias de pessoas desconhecidas,
Deparei perplexo, com um sol escaldante,
Que vazava deliberadamente a fina cortina,
Revelando fios quase imperceptíveis de cabelo
Soltos sobre as almofadas da sala.
Na jardineira as salsinhas, cebolinhas, manjericão,
Resistiam ao calor que as faziam murchar.
Num ato de rebeldia apanhei um táxi.
Saí sem destino definido, rumo ao improvável...!
Autor: Marcos Aurélio Mendes
Invariavelmente estou só
Por toda a parte aonde vou,
A todo o momento,
A todo instante,
A todo custo,
Leio e ouço, - É proibido!
Sou xereta ao afrontar um blefe,
Ou desconsiderar um clichê,
Que possa assombrar minhas idéias.
Busco povoar meus pensamentos...,
Avesso a quase tudo que oprime,
Sou jornalista não atuante,
Não legisla sequer lobista,
Mas, faço minha própria autópsia,
Exonero meus fantasmas
Na necropsia íntima das madrugadas.
Bocejo diante à cólera dos infames,
E a insolúvel ganância ao poder.
Expressando nas palavras o enjôo
Por tanta falta de oportunidades,
Pela demência à decadência da moral,
Do sexo explícito banalizado como normal,
Dos atos despretensiosos nas corrupções,
Que geram sempre frustrações.
Hoje, levantei em meio ao caos,
Enxuguei o rosto cheio de traços
Flagrei no armário algumas traças
De um tempo decorrido que não volta mais.
Retirei do varal a velha calça desgastada,
A mesma camisa com bolso bordado,
De uma brancura fadada a ficar amarelada.
Fui à sacada como se estivesse assomado
Às angústias de pessoas desconhecidas,
Deparei perplexo, com um sol escaldante,
Que vazava deliberadamente a fina cortina,
Revelando fios quase imperceptíveis de cabelo
Soltos sobre as almofadas da sala.
Na jardineira as salsinhas, cebolinhas, manjericão,
Resistiam ao calor que as faziam murchar.
Num ato de rebeldia apanhei um táxi.
Saí sem destino definido, rumo ao improvável...!
Autor: Marcos Aurélio Mendes
Data: 27/01/2011.
Do Livro: EntreSonhos
Do Livro: EntreSonhos