terça-feira, 14 de dezembro de 2010

*Momento de Poesia!

Antes do Nome

"Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,
os sítios escuros onde nasce o "de", o "aliás",
o "o", o "porém" e o "que", esta incompreensível
muleta que me apóia.
Quem entender a linguagem entende Deus
cujo Filho é Verbo. Morre quem entender.
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,
foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infreqüentíssimos, se
poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror."

*Por: Adélia Prado

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá! Seja bem vindo!